7 de Maio de 2019 | 2 min de leitura

Qualidade da informação farmacêutica em tempos de fake news

As tão comentadas fake news, como são as chamadas as notícias falsas, não dizem respeito apenas ao jornalismo em si. Na saúde, o compartilhamento de informações distorcidas, ambíguas, mentirosas, desatualizadas ou de origem duvidosa é visto como um dos determinantes para o movimento de queda na cobertura vacinal, por exemplo.

O impacto de informações de baixa qualidade também é visto a partir do crescimento da automedicação, que no Brasil chega a 80%. Apesar de ser considerada por especialistas um direito do consumidor, a automedicação tem seus limites. E o farmacêutico é um dos profissionais melhor capacitados para deter o avanço da desinformação. Afinal, ele é o primeiro na escala de atendimento.

É na farmácia que a população busca a solução para dores e desconfortos, e mesmo diagnosticar as causas e consequências do mal-estar. Motivadas principalmente por orientações provenientes da internet, muitas pessoas chegam à drogaria com o objetivo de sair medicadas ou com o problema resolvido.

Esse cenário era esperado há tempo. Na década de 1970, com o surgimento do conceito de medicalização social, compreendeu-se que a sociedade estava deslumbrada com a potencialidade biomédica – e com a crescente tecnologia. Desse fenômeno surgiu a cultura literal do “há remédio para tudo”.

É o que explica o Wellington Barros da Silva, consultor do Conselho Federal de Farmácia (CFF).  “A medicalização associada à profusão de informação leva ao uso inadequado e não crítico. O farmacêutico deve colaborar para que o cidadão comum se aproprie da informação e da tecnologia de saúde de tal modo que faça bom uso, minimizando riscos”, afirma.

Atualmente, outro comportamento toma conta do mundo virtual: o empoderamento. No âmbito da saúde, acredita-se que o bem-estar não está atrelado à necessidade de mediação de profissionais: basta encontrar uma solução na internet e colocá-la em prática a partir da experiência de terceiros.

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“Como a proliferação de informações cria a sensação de autonomia, as pessoas não consideram o diferencial da qualidade e da isenção”, lamenta Silva.

A qualidade da informação de saúde é uma das missões da farmácia clínica. “O farmacêutico é um provedor de serviços relativos ao uso adequado de medicamentos. Por isso, deve ser mediador de informações adequadas tanto para os profissionais de saúde quanto para a sociedade, fazendo a triagem da melhor informação científica”, afirma o consultor do CFF.

Leia mais: Por que o farmacêutico é estratégico na vigilância sanitária

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Redação Secad

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